28 dezembro, 2009

Acordei bemol

acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido

Paulo Leminski

07 dezembro, 2009

Liberdade

De repente você precisa de espaço,
de raciocinar com calma no ritmo de uma escrita sem pressa e ansiedade

Às vezes você precisa de tempo,
principalmente quando percebe que a parte que te cabe já está calculada, sua vida está traçada e você está sem cama

O coração da gente parece um passarinho mesmo...
E quando começa a pensar faz a gente voar..
E a cama pode ser um puf, um sofá ou um conchão fininho.

Labiríntica

Sou mais complicada do que pareço

Por um segundo desapareço

Cadê a luz do dia que não aparece?

Insônia

Eu não dormi essa noite pensando no meu futuro.
Cada letra escrita teve um significado diferente essa noite.
Deve ser a Matrix, o Manifesto Comunista ou minha sede egoísta.

06 dezembro, 2009

28 - Dezembro

Está chegando o Natal: aquela data cristã em que nos reunimos com as pessoas do mesmo tronco familiar. (Estão vendo a pista que dou sobre meu maior drama? Então, prestem atenção! Quero que todos saibam que eu consigo me avaliar também. Afinal, essa análise é minha).
Voltando ao assunto inicial, a ceia de Natal, analisemos o que compõe uma ceia de Natal:
Primeiro, uma mesa - que pressupõe uma reunião, não de negócios. Pessoas, que passam boa parte do ano longe umas das outras, talvez porque a vida tenha lhes levado a caminhos distintos ou porque nasceram diferentes mesmo. Mas será que nascemos de algum jeito?
Nossa..o velho problema da tábua rasa, do inato e do adquirido, da genética e do cultural..que saco! De verdade, viemos do mesmo lugar – do centro da terra, do útero, do âmago, lá daquele lugar que não sabemos muito bem onde é. Ui, como a ausência completa de respostas me deixa tonta: fico bêbada!
Agora me deu dor de barriga. Vou ter que ir ao banheiro.
Fui e voltei. Nesse momento, eu tô aqui no meu quarto enquanto, namorado está na outra sala, também em um computador, ouvindo música, enquanto eu faço esse relato sobre uma certa reunião de distintos senhores conhecidos, que tem histórias em comum, mas não tem o menor interesse na vida um do outro, a não ser para ver quem se deu melhor, quem é mais bem aceito socialmente ou simplesmente é feliz.
O que será que pesa mais no orçamento familiar? A conta no banco, o carro na garagem ou o amor de manhã?
Presentes... Claro, os presentes ocupam um lugar especial no contexto do Natal, já que temos que consumir o décimo terceiro que nos deram de presente para gastarmos em presentes..
O que será de nós se deixarmos de ser consumidores??? Que drama: sem papel na sociedade, sem utilidade.
E amigo secreto que, agora, é descaradamente “da onça”: inventaram uma nova brincadeira em que um cobiça o presente do outro e toma-o para si na maior espontaneidade.
Haha...
Eu, que triste..tendo que rir, fazendo cara de quem gostou de ser sacaneado. E tem sempre aquele mais rancoroso que não consegue esquecer o presente “nada haver” que lhe sobrou no ano passado.
Então, nessa noite, tão cheia de significados, ficamos ali nos empanturrando de comida, bebendo e desejando que Deus nos ajude no ano que vem mais do ajudou nesse. Aí, vamos para casa comentando o que o fulano falou ou o ciclano aparentou, porque, afinal, são tudo aparências mesmo ou...parente.